terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Jaime Ostos

Tarazona de Aragón, 17 de Julho de 1963. Abriu Praça Angel Peralta, lidando um touro de Cobaleda. Deu volta arena depois de uma grande ovação. Para os restantes seis touros, da lide ordinária, o cartel era composto por Jaime Ostos, “El Viti” e “El Caracol”.
Assim, o primeiro touro da lide ordinária, de nome “Nevado”, da Ganadaria de Ramos Matía Hermanos, de Salamanca, coube em sorte a Jaime Ostos. Recebeu-o com verónicas cingidas. Após duas varas e dois pares de bandarilhas, o “diestro” iniciou a faena de muleta com uns passes por baixo. Ao iniciar ao natural, é “empitonado” pelo touro. O vento forte que se fazia sentir na praça deixou o Matador a descoberto. O touro, seguindo a sua investida, meteu o corno por baixo, levantando o toureiro, com uma cornada seca, no baixo ventre.
Desde o primeiro momento que se pode apreciar a gravidade da colhida, pela intensa hemorragia produzida. Angel Peralta, que saltou à arena, tentou, metendo os dedos na ferida, suster a continua perda de sangue.
Imediatamente transportado à Enfermaria, Jaime Ostos foi atendido pelo Cirurgião da Praça, Dr. Félix Ilarri, e pelo Dr. Val-Carreres, Cirurgião da Enfermaria da Praça de Zaragoza, que se encontrava, casualmente, na praça, como espectador.
Devido à gravidade das lesões de Jaime Ostos e à grande quantidade de sangue perdido (estima-se que o Matador tenha perdido 10 litros de sangue, em consequência da hemorragia), os Médicos esperaram cerca de uma hora para o operarem. Durante este tempo, limitaram-se a tamponar a ferida, evitando que o “diestro” se dessangrasse. No entanto, ao comprovarem que o estado do Matador se agravava, devido ao intenso “shock” hemorrágico, os cirurgiões decidiram operá-lo: ou vida ou morte. Antes da intervenção cirúrgica, foi chamado um sacerdote, que administrou ao toureio os últimos Sacramentos.

O Dr. Félix Ilarri, facultou o seguinte Parte Médico, sobre o estado de Jaime Ostos: “Durante la Lídia del primer toro ingresó em la enfermería el matador de toros Jaime Ostos, que presenta uma herida por asta de toro en la cara anterior tercio superior del muslo derecho, de unos siete centímetros de extensión, com uma trayectoria ascendente que desgarra el músculo sartorio y penetra por la arcada crural, rompiendo la vena ilíaca externa, provocando grandes destrozos en espacio retroperitoneal y copiosísima hemorragia. Intenso “shock” hemorrágico que hace precisa tranfusión de sangre, cinco litros. Prognóstico gravísimo. Queda hospitalizado en la enfermería de la plaza de toros de Tarazona por no poderle trasladar, dado su estado.”

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