Numa época em que, ser-se Aficionado, é um desprimor, impróprio dos cidadãos civilizados, registamos e recordamos acontecimentos que narram a história da Tauromaquia. Narrativas trágicas, singulares, curiosidades e homenagens, recordações de momentos marcantes da “Festa do Toiro”… um blog para Aficionados!
Alguns não compreendem como a “Festa dos Toiros” pode hoje (ainda e sempre), emocionar, comover, exaltar multidões. Aos olhos de alguns intelectuais snobes e reaccionários incultos, o toiro é uma vítima e o toureiro martiriza a besta. A minha visão compreende o toiro como um animal combatente, e o toureiro como um herói contemporâneo, que tem a audácia de desafiar e enfrentar uma fera, arriscando a vida – sem mais, pela beleza do gesto, por pura liberdade, para afirmar o seu próprio desapego em relação às vicissitudes da sua própria existência e a sua vitória sobre o imprevisível. É certo que o toiro não quer combater, mas não porque seja contrário à sua natureza o combate, mas sim porque é contrário à sua natureza o querer.
15 Agosto de 2009, Praça de San Sebastian, 7ª Corrida da Semana Grande de San Sebastian. Durante a lide do quarto touro da ordem, da ganadaria de Victorino Martin, touro com “motor” e comportamento incerto, ficando curto no final dos “muletazos”, José Pedro Prados “El Fundi”, fazia um esforço titânico, a fim de conseguir sacar-lhe os “muletazos”. Esteve por cima do touro, que se entregou em alguns momentos. Porém, no final da faena, já longa, numa “tanda de circulares”, o touro ficou-se curto, El Fundi não encontrou saída e deu-se a colhida. O touro de Victorino passou o toureiro de um corno ao outro, no ar, caindo o "diestro" desamparado na arena, de cabeça, ficando inanimado, à mercê do touro. Foi retirado da arena, inconsciente, pela sua quadrilha, sangrando do ouvido esquerdo. Temeu-se o pior. Já na Enfermaria, viria a recuperar a consciência, embora sem mobilidade nas extremidades do corpo. Pouco depois, moveu as mãos e os dedos dos pés, mas não as pernas. Segundo as primeiras declarações do Dr. Eduardo Ayestarán, membro da Equipa Médica da Praça, suspeitava de uma fractura na base do crâneo.
Parte Médico “Traumatismo craneoencefálico con pérdida de consciencia e incluso de movilidad momentánea, aunque posteriormente la recupero, otorragia (hemorragia en el oído) izquierda y desgarro en la bolsa escrotal.”
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