Numa época em que, ser-se Aficionado, é um desprimor, impróprio dos cidadãos civilizados, registamos e recordamos acontecimentos que narram a história da Tauromaquia. Narrativas trágicas, singulares, curiosidades e homenagens, recordações de momentos marcantes da “Festa do Toiro”… um blog para Aficionados!
Alguns não compreendem como a “Festa dos Toiros” pode hoje (ainda e sempre), emocionar, comover, exaltar multidões. Aos olhos de alguns intelectuais snobes e reaccionários incultos, o toiro é uma vítima e o toureiro martiriza a besta. A minha visão compreende o toiro como um animal combatente, e o toureiro como um herói contemporâneo, que tem a audácia de desafiar e enfrentar uma fera, arriscando a vida – sem mais, pela beleza do gesto, por pura liberdade, para afirmar o seu próprio desapego em relação às vicissitudes da sua própria existência e a sua vitória sobre o imprevisível. É certo que o toiro não quer combater, mas não porque seja contrário à sua natureza o combate, mas sim porque é contrário à sua natureza o querer.
Madrid, 4 de Outubro de 2003, segunda Corrida da Feira de Outono. A tragédia sobrevoou Las Ventas quando um enorme touro de El Pilar, de nome “Portiguero”, saltou a trincheira, junto ao burladero de quadrilhas. O callejón transformou-se numa catarata de homens que se precipitavam para a arena. Alfonso Romero, Moço de Espadas de Salvador Vega, reagiu tarde e quando quis alcançar a trincheira já era tarde: o touro alcançou-lhe, pelo tornozelo, destroçando-lhe o pé.
Parte Médico de Alfonso Romero: “Fractura abierta de grado 3 en el tércio inferior de la perna derecha, de prognóstico grave” Segundo o Doutor Máximo Garcia, a colhida foi tão forte que existe o risco de perder o pé, uma vez que a fractura é muito grande.
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