quinta-feira, 16 de julho de 2009

Antonio Aznar Oliver, Portonero de Alicante

Dia 21 de Junho de 2007. Sétimo Festejo da Feira de Hogueras, Praça de Touros de Alicante. Actuavam, José Tomás, Enrique Ponce e Francisco José Palazón.
Os toureiros não tiveram sorte e saíram da Praça sem troféus (sem cortar orelhas), numa tarde, marcada pela tragédia.
Sexto toiro da tarde, final do Tércio de Varas, dá-se a tragédia: quando o picador recolhia ao Pátio de Quadrilhas, o toiro, em perseguição do cavalo do picador, escapa-se da arena… o “portonero” da Praça (responsável pela porta do Pátio de Quadrilhas), Antonio Aznar Oliver é colhido, no Pátio de Quadrilhas.
Cornada grave, no peito, de três trajectórias, que secciona toda a musculatura peitoral, provocando duas fracturas, da clavícula direita e do externo.
Com muita dificuldade, o “portoneroAntonio Aznar Oliver é retirado do Pátio de Quadrilhas para a arena. Dada a gravidade da cornada e a impossibilidade de ser conduzido, pelo “callejón”, à Enfermaria da Praça, optam por conduzi-lo, à Enfermaria da Praça, pela bancada. Viveram-se momentos de emoção, com o pânico e a solidariedade espalhados por entre o público.
Foi operado na Praça de Alicante, pelo Cirurgião Chefe da Praça, Doutor José María Reyes Gómiz.
O Parte Médico assinala que Antonio Aznar Oliver sofreu “herida por asta de toro en hemitorax derecho con tres trayectorias, una hacia la inserción del Pectoral Mayor con sección de toda la masa pectoral. Fractura con minuta del tercio medio de la clavícula derecha, fractura del manubrio esternal y otra cornada con trayectoria axilar. Pronóstico muy grave”.



quarta-feira, 15 de julho de 2009

José Cubero Sánchez, "El Yiyo"

Domingo, 30 de Setembro de 1985. Praça de Colmenar Viejo (Madrid), cartel composto por Antonio Chenel “Antoñete”, José Luis Palomar e José Cubero Sanchez, “El Yiyo”, este último em substituição de Curro Romero, com toiros da ganaderia de Marcos Nuñez.
Saiu o sexto da ordem, de nome “Burlero”. Yiyo começou a faena de “rodilla” em terra, com três muletazos por baixo. Sucederam-se três séries de redondos templados, ligados e intensos. As séries eram largas, de quatro e cinco muletazos, sem rectificar terreno, sitando no mesmo sitio. "Burlero", encastadíssimo, repetia a sua nobre investida.
Para completar a faena, Yiyo dispôs-se a torear por naturais, desmaiados, rematados com dois passes de peito. O público estava rendido e aplaudia de pé.
Em apoteose, Yiyo perfilou-se para a estocada… pinchou no osso. Voltou a perfilar-se e, lentamente, deixando-se ver, cruzou-se com o toiro, ferindo-o de morte, bem no alto do morrilho. O toiro revolveu-se e quando o toureiro lhe tentava sacar um passe natural, “Burlero” atingiu-o… caído na arena, o toureiro girou sobre si mesmo, tentando que o toiro não o colhesse. "Burlero" não fez caso dos capotes que acudiram ao site (os toiros, feridos de morte, ficam “cegos” nas suas investidas), e com uma terrível certeza, em décimos de segundo, perseguiu Yiyo até o alcançar, em cheio no peito. Levantou-o do chão e deixou-o de pé. "Burlero" caiu fulminado, enquanto Yiyo, auxiliado pelos homens da sua quadrilha e pelos colegas de cartel, dava três passos até à trincheira, com o olhar perdido, e caia inerte na arena.
A impressão inicial era a de uma cornada gravíssima… e a estupefacção dos toureiros denunciava a tragédia mortal.
Yiyo estava morto. Quando o transportavam pelo “callejón”, a caminho da Enfermaria, o aspecto era já cadavérico: os olhos abertos, extraviados e o rosto pálido.
Por ironia do destino, um ano antes, a 26 de Setembro de 1984, em Pozoblanco, havia sido Yiyo a estoquear “Avispado”, toiro que colheu mortalmente Paquirri. Assim, para a história, ficaria sempre como o único toureiro a estoquear dois toiros “homicidas”: “Avispado”, que matou Paquirri, e “Burlero”, que termino com a vida do mais jovem dos toureiros, com apenas 21 anos. Aos dois toiros, “Avispado” e “Burlero”, José Cubero Sánchez, “El Yiyo”, cortou as duas orelhas.





Matthew Peter Tassio

Dia 13 de Julho de 1995… e a 13ª colhida mortal das festas em honra de San Fermin.
Matthew Peter Tassio, um jovem americano de 22 anos, faleceu, quase de forma instantânea, ao ser “empitonado” por um “Torrestrella”, no sétimo “encierro” de 1995.
Foi a colhida clássica de um corredor inexperiente: caiu e levantou-se, tentou fugir, ao invés de se manter no solo, imóvel… neste instante, o piton do “Torrestrella” levou-o por diante, sendo arrastado 15 metros. A cornada atravessou-lhe o fígado e seccionou a aorta.
Nem um gemido. A paragem cardíaca foi quase instantânea; quando o piton do toiro o soltou, Matthew Peter Tassio ainda deu uns passos; andou, vacilante, em nebulosa agonia, uns metros, até cair junto à “valla”.
Foi imediatamente atendido pela equipa da Cruz Vermelha, que mais tarde relataria: “El toro lo levantó en su cuerno derecho, después siguió corriendo, tambaleándose hasta la valla, donde se desplomó”.
O Cirurgião Chefe das Urgências, Mariano Martínez Vergara, declarou, incrédulo: “En 30 años nunca había visto una cosa tan grave. Cuando llegó al hospital estaba prácticamente muerto, las lesiones eran mortales».
O Toiro, de nome “Castellano”, estava marcado com o número 5 e pesava 575 Kg. Ditou o sorteio que, nesta mesma tarde, fosse lidado e estoqueado por Juan Mora.
Matthew Peter Tassio era um desconhecido, um dos milhares de turistas, sem “pedigree” tauromáquico, que invadem Pamplona, por altura das festividades de San Fermin. Foi a 13ª vítima mortal dos “encierros”.


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pepe Luis Vargas

Sevilha, 24 de Abril de 1987. Pepe Luis Vargas sofreu uma impressionante colhida ao receber o quinto da ordem, à porta da gaiola. O toiro parou-se, antes de investir no capote, meteu mal a cabeça e volteou o toureiro.
A colhida não foi espectacular, nem deu a sensação de que chegasse a ter havido uma cornada… no entanto, quando Pepe Luis Vargas se tentou levantar, sem consegui-lo, assistiu-se, em pânico, ao sangue a jorrar do músculo corneado até ao peito e à cara do toureiro.
Foi o horror! As assistências recolheram-no, transportando-o até à Enfermaria, enquanto o toureiro levantava os braços aos céus, em gesto de desespero.
Na Maestranza, gerou-se um ambiente de consternação, com o público a pedir a Ruiz Miguel (que finalizou a faena), que abreviasse a lide.
A cornada foi classificada de “muy grave”, pelo Dr. Ramón Vila, chefe da equipa médica da Real Maestranza de Sevilha. Rámon Vila acrescentou que “se a cornada ocorresse em outra praça, com menos meios na Enfermaria, a colhida poderia ter sido fatal”.

Parte Médico facultado pela equipa médica da Real Maestranza de Sevilha

Pepe Luis Vargas fue intervenido de cornada en la cara anterior, tercio medio del muslo derecho presentando un intenso shock, disecando el retroperitoneo, con arrancamiento del cayado de la safena y la femoral superficial a nivel del anillo de juntas, con desgarros múltiples colaterales y de las perforantes. Igualmente presentaba intensa hemorragia venosa con destrozo de abductores mayor y mediano del sartorius y del vasto externo. Bajo anestesia general se le tuvo que hacer una laparatomía y clampando arteria y vena ilíaca, para lo cual se le realizó una amplia incisión. Se le realizó una transfusión de 1.200 centímetros cúbicos de sangre. Pronóstico gravísimo.”



Espontâneo de Albacete

A 14 de Setembro de 1981, Femando Eles Villarroel, apelidado “El Chocolate”, de 28 anos, morria na Praça de Albacete, corneado por um toiro.
Acabava de sair à arena o quinto toiro da tarde, de nome Sospechoso, um toiro saro e cornicurto, pertencente à ganaderia de “los Guateles”, e que coube em sorte a “El Cordobés”.
El Chocolate” lançou-se à arena, em tronco nu, avançou até às rayas dos picadores e, com a sua própria camisa, citou o toiro Sospechoso. O toiro arrancou com pata, um bandarilheiro tentou o quite, citando-o para as tábuas… o toiro não o perseguiu, continuou a sua corrida veloz, de encontro ao espontâneo, colhendo-o.
Segundo se disse, o toiro, ao colher Femando Eles Villarroel, provocou-lhe morte imediata. A impressão da colhida foi enorme, entre o público, sobretudo pelo estado em que ficou “El Chocolate”. Nu da cintura para cima, como se encontrava, eram evidentes as cornadas, uma à altura da cintura, outra no pescoço.
Segundo o parte médico, facultado pela Enfermaria da Praça, uma das cornadas destroçou o fígado e o baço, enquanto a outra, no pescoço, dissecou a jugular, provocando hemorragia impressionante…qualquer uma das cornadas seria mortal.
As cornadas, que sangravam copiosamente, causaram verdadeiro horror no público, chegando a provocar alguns desmaios, entre a assistência.
Gerou-se o escândalo e a revolta contra “El Cordobés” e a sua quadrilha, a quem o público culpava de não terem actuado convenientemente, impedindo a tragédia.
A tragédia do Espontâneo de Albacete viria a alterar o comportamento do público, no futuro: as enormes ovações aos espontâneos, que com frequência saltavam às arenas, foram substituídas por vaias e protestos, cada vez que um espontâneo invadia a arena.



sábado, 4 de julho de 2009

Toiro 64

É conhecida a aficion da minha terra!
Cada vez mais acredito, como dogma, que a aficion da minha terra é ao Toiro, não ao Toureio. Isto porque, o "Toureio Moderno" , implica outro tipo de Toiro, pouco entendido e admirado pela aficion.
Sentimos na dimensão do nosso conhecimento; conhecemos na proporção do sentimento.
Como me orgulho da aficion da minha terra, relembro o Toiro 64, e as homenagens que lhe foram dispensadas.
Não esquecer, nunca, que é ele, o Toiro, o “Rei da Festa”! E isso, a aficion da minha terra, nunca esquece. Honra lhe seja feita!



Notícia



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